

SOBRE O MUSEU
FUNDADO EM 1998



MISSÃO
POR QUE EXISTIMOS?
O Museu do Computador é uma associação cultural sem fins lucrativos, concebida a partir da dedicação e paixão de profissionais das mais diversas áreas da informática. Unindo esforços e conhecimento técnico, nosso propósito é preservar a memória da tecnologia e tornar acessível ao público a fascinante trajetória da informática ao longo do tempo.
Fomos os pioneiros no recolhimento de lixo eletrônico no Brasil — em uma época em que o termo sequer existia. Desde o início, já compreendíamos a importância de dar destino adequado a equipamentos obsoletos, preservando não apenas a história da tecnologia, mas também o meio ambiente.
Nosso acervo reúne computadores, equipamentos e artefatos históricos que marcaram época, permitindo que visitantes conheçam de perto os avanços que moldaram o mundo digital como o conhecemos hoje. Mais do que preservar objetos, buscamos contar histórias — resgatando a evolução da tecnologia no Brasil e no mundo, e promovendo a reflexão sobre seu impacto na sociedade e no nosso cotidiano.

Quadro: Curador José Carlos Valli em 2005


ANTES DO MUSEU
CAMINHADA TECNOLÓGICA
Para contar a história do museu, é essencial entender como o curador teve a ideia de criá-lo. José Carlos Valli, nascido em 11 de dezembro de 1946, na cidade de São Paulo, iniciou sua carreira na década de 1960 trabalhando na Friden, onde era responsável pela manutenção e limpeza de calculadoras mecânicas.
Passou por empresas renomadas, como Philips e Labo, o que foi moldando seu interesse pela tecnologia. Já lidava com mainframes, computadores de grande porte da época, mas sua trajetória tomaria um rumo decisivo no final dos anos 1970.
Em 1978, ele embarcou para os Estados Unidos para realizar um curso de eletrônica na cidade de Hartford, Connecticut. Durante sua estadia, percebeu que os computadores pessoais (PCs) já estavam conquistando o mercado norte-americano. Foi então que teve a ideia pioneira de oferecer assistência técnica para PCs no Brasil, algo inédito na época.
De volta ao país, fundou, em 1979, a DATAROAD, uma das primeiras empresas brasileiras focadas exclusivamente na manutenção de computadores pessoais. A sede ficava na Rua Luís Góis, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Com essa empresa, José Carlos Valli alcançou ascensão financeira no início da década de 1980, atendendo milhares de clientes que buscavam consertar seus PCs.
No entanto, no final da década de 1980, o mercado começou a se transformar com a padronização do IBM PC (o formato que conhecemos hoje). Essa mudança eliminou a diversidade de marcas, como Commodore, Sinclair e Radio Shack, resultando em um mercado saturado e altamente homogêneo.
Antecipando-se ao colapso do setor, José Carlos Valli vendeu a DATAROAD em 1989 e voltou aos Estados Unidos para estudar as novas tendências do mercado. Durante sua estadia em Dallas, Texas, em 1990, ele percebeu que uma nova onda tecnológica estava emergindo: o notebook.
Motivado por essa descoberta, retornou ao Brasil e fundou, em 1990, a 3Tech, a primeira empresa brasileira especializada em manutenção de notebooks. Localizada na Avenida Bandeirantes na cidade de São Paulo perto da ponte da Santo Amaro. Apesar da inovação, a empresa enfrentou desafios semelhantes aos da DATAROAD. Com o avanço das tecnologias ao final da década de 1990, o mercado novamente se saturou, marcando mais uma vez o impacto das mudanças tecnológicas no setor.

FUNDANDO
O MUSEU DO COMPUTADOR
Visitando a primeira COMDEX no Brasil, em 1998, ele percebeu que todos os computadores com os quais havia trabalhado no passado estavam desaparecendo e sendo descartados. Foi então que surgiu a ideia de criar o Museu do Computador.
A primeira doação veio de um vizinho, que possuía uma pequena calculadora mecânica em casa e a cedeu de imediato. Assim, nascia o Museu do Computador.
Como já havia trabalhado por décadas em diversas empresas, começou a entrar em contato com pessoas que ele sabia que possuíam computadores antigos em suas corporações. Em menos de um ano, conseguiu reunir mais de mil itens, armazenando-os dentro de casa. Em 1999, com o acervo coletado, realizou a primeira exposição na COMDEX, alcançando grande destaque na mídia.
Todas as emissoras de TV da época produziram reportagens sobre o museu.
Sua esposa, Dirce Teixeira Valli, decretou o fim da “farra” de guardar o acervo em casa quando ele trouxe uma unidade fita de um mainframe IBM e tentou usá-la como “decoração” na sala de estar. Essa tentativa não foi bem recebida, marcando o fim dessa fase

Primeira exposição na COMDEX 1999

MUSEU EM
INTERLAGOS

Com seus contatos, José Carlos Valli conseguiu um galpão de dois mil metros quadrados para dar continuidade à sua ideia de montar um museu na cidade de São Paulo. Localizado na Avenida do Rio Bonito, em Interlagos, no número 1201. Em pouco tempo, ele já acumulava mais de três mil artefatos tecnológicos em seu acervo.
No início, montou o museu em apenas uma parte do galpão, enquanto a outra era destinada a receber o acervo, que sempre chegava em grande quantidade. Além disso, os computadores antigos, como mainframes, perfuradoras de cartão e outros equipamentos de grande porte, ocupavam muito espaço e eram extremamente pesados (um sistema completo podia chegar a pesar 10 toneladas).
Em 2001, aconteceu a primeira exposição no novo galpão, que incluiu uma feira de computadores usados com a participação de diversas empresas. O evento foi um grande sucesso, e isso impulsionou a necessidade de montar uma exposição maior e mais organizada.
Antes de criar a exposição fixa, em 2005, o museu realizou diversas exposições itinerantes em shoppings, unidades do SESC, empresas, entre outros locais. Quando foi feito o orçamento para criar a exposição no galpão, o alto custo, inviável para a época, não desanimou o curador. Foi então que, junto com Richard Cameron (atualmente na NVIDIA Brasil), eles montaram um museu no estilo “faça você mesmo”, sem contar com o apoio de empresas.
Muitas visitas foram feitas nesse museu de 2005 até 2008 os visitantes aprendiam a história do computador desde o ábaco até o futuro da tecnologia


PROGRAMA DO JÔ
MUSEU DO COMPUTADOR NA GLOBO

RECONHECIMENTO
O curador do Museu do Computador José Carlos Valli foi convidado pelo destaque no trabalho da preservação da história do computador.
ENTREVISTA FEITA EM 25/04/2005
COM JOSÉ CARLOS VALLI O CURADOR

MUDANÇA
& TENTATIVA DE COOPERATIVA
Com a falta de apoio, o Museu do Computador teve que entregar o galpão em Interlagos após oito anos lutando para sobreviver. A mudança foi realizada de forma desordenada, já que o museu foi praticamente despejado do local. Foram tempos difíceis: uma parte do acervo de grandes sistemas foi enviada ao amigo Eduardo, no Instituto Mariporã, na cidade de São Paulo, e outra parte foi destinada a um galpão de despejo.
Com o desejo de continuar, José Carlos Valli e seu filho, Breno Valli, se uniram a algumas pessoas para tentar criar uma cooperativa, que, segundo os envolvidos, seria uma forma mais simples de conseguir verbas para o museu.
A base da cooperativa era o projeto do Museu do Computador do início ao fim. No entanto, a iniciativa não prosperou porque uma pessoa assumiu a liderança, afastou os fundadores e criou, para si próprio, a cooperativa, que na verdade era todo o projeto do Museu do Computador.
Infelizmente, a pessoa concede entrevistas afirmando que foi o criador do projeto e que teve toda a ideia. Porém, não se deixem enganar por FAKE NEWS: O primeiro museu que coleta lixo eletrônico e conta a história do computador é somente um: MUSEU DO COMPUTADOR. O resto é imitação barata.


MUSEU NA SANTA IFIGÊNIA
UMA NOVA TENTATIVA DE SE REERGUER
EXPOSIÇÃO EM 2010
MINI EXPOSIÇÃO
Com uma nova chance de recomeçar o Museu do Computador novamente sem apoio montou uma mini exposição dentro da galeria Brasil na Santa Ifigênia.
No espaço era oferecido visitas guiadas utilizando vídeos e o próprio acervo para ensinar os visitantes sobre a fascinante história do computador.
O valor da entrada era de cinco reais e recebemos diversos visitantes mas no fim daquele mesmo ano não conseguimos nos manter no local devido a falta de apoio e seguimos fazendo exposições itinerantes.
Sempre agradecemos a oportunidade que a galeria deu para o museu.

NOVO GALPÃO
APOIO DA SEPROSP
Com apoio da SEPROSP (Sindicado de Empresas Processamento de Dados e Serviços de Informática do Estado de São Paulo) o museu conseguiu alugar um galpão em Itapecerica da Serra no Estado de São Paulo. Com esse galpão conseguimos retirar o acervo que estava no galpão do despejo e trazer para esse novo local.
Continuamos o nosso trabalho de retirada de doações sem parar e sempre guardamos tudo sem vender nenhum artefato já que os doadores estavam doando a memória deles e também a memória de nosso país. Com isso não conseguimos apoio para financiar o projeto nesse novo galpão pela localização. E estavámos buscando locais em São Paulo.
Agradecemos sempre ao Luigi Nese pelo apoio que terminou em 2020

Luigi Nese presidente da SEPROSP

PROJETO LEI ROUANET
APROVADO MAS SEM SUCESSO DE CAPTAÇÃO
PROJETO APROVADO
DATA: 2014-2015
Desenvolvemos um projeto para a Lei Rouanet, um processo que foi lento e exigiu dedicação até sua aprovação. O objetivo era montar uma exposição fixa e gratuita para os visitantes na Faculdade Impacta, localizada em São Paulo.
A proposta incluía duas salas completamente estruturadas para abrigar a exposição e proporcionar uma experiência enriquecedora ao público.
Infelizmente, na época, a Lei Rouanet enfrentava desgaste político, o que afetou negativamente sua imagem.
Como resultado, as empresas mostraram pouco interesse em oferecer suporte ao projeto, deixando o museu sem retorno sobre a captação de recursos.
Apesar disso, buscamos incansavelmente apoio financeiro, explorando diversas estratégias.
Mesmo com a renovação do projeto por mais um ano, não conseguimos atrair nenhuma empresa disposta a patrociná-lo, encerrando nossas tentativas com um desfecho lamentável.


EXPOSIÇÃO
NA FACULDADE IMPACTA
Em 2019, a Faculdade Impacta de Tecnologia gentilmente cedeu um espaço para que pudéssemos montar nossa exposição fixa. No início do ano, as visitas começaram, proporcionando ao museu uma localização estratégica para atender melhor os visitantes.
A parceria entre o Museu do Computador e a Impacta é fruto de uma longa amizade entre o curador, José Carlos Valli, e o CEO da Impacta, Célio Antunes. Essa colaboração permitiu que o museu recebesse inúmeros alunos de diversas escolas e faculdades, consolidando sua relevância educacional.
A exposição trouxe um novo sopro de esperança ao museu, renovando as expectativas e o entusiasmo da equipe. Contudo, com a chegada da pandemia, fomos atingidos por um momento difícil que todos, sem exceção, enfrentaram com tristeza.


PANDEMIA + DESASTRE
MUSEU DO COMPUTADOR PERDE 95% DO ACERVO
MUSEU SEM CHÃO
SEM APOIO
Em 2020, a Seprosp avisou que não poderia mais arcar com o aluguel, então nos movimentamos para tentar arrumar outro local para armazenar o acervo.
Sem sucesso para retirar o acervo e diante do desinteresse do Estado ou da iniciativa privada, nos vimos em uma péssima situação onde tivemos que vender o acervo restante como lixo eletrônico.
Sem tempo hábil sequer para vender o acervo, que valia pelo menos 1.5 milhões de reais, entramos em desespero e deixamos as coisas acontecerem porque era algo muito maior do que nós.
Infelizmente, perdemos muitos itens, muitas histórias de pessoas.
Nós nunca vendemos nenhum artefato do museu porque acreditamos que as pessoas que doaram estavam doando suas memórias e a memória do nosso país.
Depois desse baque, não desistimos e continuamos, mesmo com um acervo reduzido.
Pelo menos salvamos os computadores de grande porte e as perfuradoras de cartão, que são itens inestimáveis.
Nossa luta não acabou estamos aqui e não vamos desistir vocês estão com a gente nessa?

Matéria Folha de São Paulo por Rique Sampaio

RENASCIMENTO
Em meio à pandemia e com a exposição fechada, o museu se viu sem caminhos para prosseguir. Foi então que Breno Valli assumiu a posição de curador e começou a desenvolver uma exposição em realidade virtual, utilizando o Unreal Engine.
A tecnologia foi usada para criar palestras de um jeito inovador. Com um óculos de realidade virtual conectado a um computador, os visitantes podem assistir de qualquer lugar do país à exposição.
A visita guiada ao museu virtual inclui vídeos, modelos 3D interativos e computadores ligando, proporcionando mais profundidade à experiência, com duração de uma hora e quinze minutos. Quando a pandemia terminou, o museu reinaugurou sua exposição presencial em 15 de agosto de 2022.
A exposição virtual foi integrada ao museu na Faculdade Impacta para enriquecer a experiência dos visitantes.
No teatro da própria faculdade, utilizando uma tela, foi apresentada a história do computador de forma inovadora.
O Museu do Computador também ganhou destaque na mídia, com uma matéria exibida no SPTV da Rede Globo, que pode ser vista ao lado.
REPORTAGEM
SOBRE A EXPOSIÇÃO
SPTV


PARCERIA
MICROSOFT
Em 2023, a Faculdade Impacta mudou de local e o Museu do Computador não teve espaço para abrir uma nova exposição. A Microsoft Brasil ofereceu um pequeno, na cidade de São Paulo, para montar uma exposição compacta.
O objetivo foi apresentar, às empresas interessadas em apoiar projetos culturais, o enorme potencial do museu. Agora, em 2025, o Museu do Computador está em busca de novos horizontes e oportunidades.
Queremos acelerar nosso impacto dentro da cultura e dos meios digitais.
Aguardamos ansiosamente que empresas entrem em contato para firmar parcerias.
Assim, poderemos continuar este legado que celebra 27 anos de existência em 2025. Vamos apoiar o museu? A cultura precisa dessa força. Divulgue nosso trabalho e ajude a preservar a história tecnológica do Brasil.
PARCEIROS:


